Unidade Santa Fé


 Despertando a esperança de uma vida melhor e progresso social

A alternativa de educação para a comunidade de Santa Fé foi levada pelo Centro de Formação e Inclusão Social Inaê - Guesb em 2010, a unidade  atende cerca de 125 (cento e vinte cinco) crianças e adolescentes no processo de educação informal através de alfabetização e formação afro-cultural mediante as oficinas de percussão, dança afro e teatro.  
União dos Palmares, entre os municípios alagoanos, é conhecido por sua representação historicamente marcante. Símbolo da resistência negra contra a escravidão foi berço da formação Quilombola liderada por Zumbi dos Palmares, o qual protagonizou a luta pela liberdade do povo negro, cruelmente escravizado.
A comunidade de Santa Fé situada em União dos Palmares é formada por pessoas provenientes do êxodo rural e da enchente de 1989, até os primeiros cinco anos deste milênio, sobrevivia basicamente de esmolas, da prostituição e da exploração sexual infanto-juvenil. Lugar onde a auto-estima e os direitos humanos, constituem-se apenas em figura de retórica. Desde de 2004,  grande parte da comunidade passou a sobreviver  de Programas do  Governo Federal, a exemplo do “Fome Zero” e, posteriormente, da implementação do “Bolsa Família”, garantindo dessa forma, uma renda mínima.
 Recentemente, através de um geo-diagnóstico realizado pelo Grupo União Espiríta Santa Bárbara - Guesb – em parceria com o Instituto Feminista Jarede Viana, pudemos identificar o quantitativo de 248 famílias morando na comunidade, a qual está subdividida em moradores do presídio e moradores do mutirão.
Desativado em meados dos anos oitenta, o presídio foi ocupado por vítimas das enchentes de 1989, abriga atualmente, 125 (cento e vinte e cinco) famílias, compondo um montante de 618 pessoas. Dessas, são: 353 (trezentos e ciquenta e três) crianças e adolescentes, 80 (oitenta) mulheres e 45 (quarenta e cinco) homens. Esse “ contingente”, está entrando na formação de uma terceira geração vivendo em situação degradante. Já no conjunto do multirão são 123 famílias, sendo 108 chefiadas por mulheres e um quantitativo 287 crianças e adolescentes.

Deparamo-nos nessa comunidade com mulheres jovens multigestas que, muitas vezes, não sabem informar sequer a própria data de nascimento e não têm nenhum tipo registro, inexistindo dessa forma, para o poder público. Muitas crianças e adolescentes, ainda são estimuladas e/ou obrigadas por seus familiares a pedirem esmolas, o que se configura em exploração do trabalho infantil e completa violação dos direitos da criança e do adolescente.